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As    Mãos

Helena Simões da Costa © Fotografia 2015

Ter a coragem, a mãe de todas as virtudes, na mão.  Construir o carácter, ser mestre de si próprio.

À  descoberta  dos  verbos  das  mãos

 

 

"Os acontecimentos mais ricos acontecem-nos antes que a alma se aperceba deles. E quando começamos a abrir os olhos sobre o visível, já estamos há muito tempo aderentes ao invisível." Gaston Bachelard

 

Helena Simões da Costa © Fotografia 2015
Helena Simões da Costa © Fotografia 2015
Helena Simões da Costa © Fotografia 2015
Helena Simões da Costa © Fotografia 2015

"(…) A visão de certos objectos, de certos seres vivos está carregada duma tal carga afectiva que é interessante surpreender as fraquezas dos espíritos fortes que fazem glória de as estudar." Gaston Bachelard, in «Filosofia do Novo Espírito Científico»

Helena Simões da Costa © Fotografia 2015
Helena Simões da Costa © 2015
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Helena Simões da Costa © 2015
Helena Simões da Costa © Fotografia 2015
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Helena Simões da Costa © Fotografia 2015
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"Eu queria pegar com as mãos no corpo da manhã.

Porque eu achava que a visão fosse um acto poético do ver.

(...)

E como eu poderia saber que o sonho do silêncio era ser pedra!"

 

Manoel de Barros

 

Helena Simões da Costa © Fotografia 2015
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Helena Simões da Costa © Fotografia 2015
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Coração Habitado

 

Aqui estão as mãos.

São os mais belos sinais da terra.

Os anjos nascem aqui:

frescos, matinais, quase de orvalho,

de coração alegre e povoado.

 

Ponho nelas a minha boca,

respiro o sangue, o seu rumor branco,

aqueço-as por dentro, abandonadas

nas minhas, as pequenas mãos do mundo.

 

Alguns pensam que são as mãos de deus

— eu sei que são as mãos de um homem,

trémulas barcaças onde a água,

a tristeza e as quatro estações

penetram, indiferentemente.

 

Não lhes toquem: são amor e bondade.

Mais ainda: cheiram a madressilva.

São o primeiro homem, a primeira mulher.

E amanhece.

 

Eugénio de Andrade, in "Até Amanhã"

 

 

Helena Simões da Costa © Fotografia 2015
Helena Simões da Costa © Fotografia 2015
Helena Simões da Costa © Fotografia 2015

All photo credits by Helena Simões da Costa © 2015

A Mão

 

Entre o cafezal e o sonho

o garoto pinta uma estrela dourada

na parede da capela,

E nada mais resiste à mão pintora.

A mão cresce e pinta

o que não é para ser pintado mas sofrido.

A mão está sempre compondo

módul-murmurando

o que escapou à fadiga da Criação

e revê ensaios de formas

e corrige o oblíquo pelo aéreo

e semeia margaridinhas de bem-querer no baú dos vencidos.

A mão cresce mais e faz

do mundo como-se-repete o mundo que telequeremos.

A mão sabe a cor da cor

e com ela veste o nu e o invisível. (…)

 

Carlos Drummond de Andrade

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