Elemento Fogo
Fire symbol and the sun, Helena Simões da Costa Fotografia 2015
Para Heraclito (pré-socrático) o universo ora se incendeia, ora se apaga para depois se compor novamente a partir do fogo, de acordo com determinados períodos de tempo: "(O Universo) acendendo-se em medidas e apagando-se em medidas."
Segundo este pensador, o fogo quando passa pelo processo da condensação torna-se húmido para mais tarde se transformar em água. Por sua vez, a água quando se solidifica transforma-se em terra, sendo que a partir daqui nascem todas as coisas que existem no mundo. Este caminho, o da água, Heraclito define-o como "para baixo" (cujo símbolo é um triângulo invertido).
Quando a terra se derrete obtemos a água; a água transforma-se em vapor (tal como acontece com a evaporação do mar). O vapor à medida que vai desaparecendo transforma-se, o que permite que o fogo possa surgir. Heraclito chama a este caminho (do fogo) "para cima" (cujo símbolo é um triângulo). Se o movimento da água é descendente, o caminho do fogo é ascendente. O triângulo invertido (movimento da água) está associado ao feminino e à Lua e o triângulo não invertido (movimento do fogo) está associado ao masculino e ao Sol.
Helena Simões da Costa
Fire sky / Céu de Fogo, Helena Simões da Costa Fotografia 2015
“Caminhava eu com dois amigos pela estrada, então o sol pôs-se; de repente, o céu tornou-se vermelho como o sangue. Parei, apoiei-me no muro, inexplicavelmente cansado. Línguas de fogo e sangue estendiam-se sobre o fiorde preto-azulado. Os meus amigos continuaram a andar, enquanto eu ficava para trás tremendo de medo e senti o grito enorme, infinito, da natureza.”
Edward Munch, 1893
Elementais do Fogo
"A percepção do desconhecido é a mais fascinante das experiências. O homem que não tem os olhos abertos para o misterioso passará pela vida sem ver nada."
Albert Einstein
Quimera ou figura fantástica alada esculpida em madeira na parte superior do cadeiral que servia para as orações dos monges no coro-alto da Igreja de Santa Maria de Belém no Mosteiro dos Jerónimos (Lisboa). Photo credits: Helena Simões da Costa © Photography 2015
Na mitologia e na crença pagã a Quimera surge como um dos elementais do fogo. A Quimera teve origem na Grécia no século VII a.C. e de acordo com relatos históricos a sua primeira representação foi uma figura com traços femininos: metade mulher, metade serpente. A Quimera é uma figura mística e mitológica que surge representada com uma aparência híbrida de dois ou mais animais e, por vezes, com a capacidade de lançar fogo pelas narinas; em algumas lendas ou mitologias há quimeras que surgem representadas com asas e com a capacidade de voar. Esta figura é considerada uma besta mitológica, uma fera que é produto da imaginação. Na Alquimia, é um ser artificial criado pela fusão entre um ser humano e um animal. Do ponto de vista figurativo, o termo quimera refere-se a uma espécie de composição monstruosa, fantástica ou ilógica em que os elementos da sua composição apresentam-se de forma incongruente ou delirante. Em linguagem corrente, o sentido da palavra quimera, enquanto produto da nossa imaginação, aponta para algo relacionado com o mundo fantasioso e onírico, ou um animal fantástico.
Quimeras ou duas figuras fantásticas aladas esculpidas em madeira na parte superior do cadeiral que servia para as orações dos monges no coro-alto da Igreja de Santa Maria de Belém no Mosteiro dos Jerónimos (Lisboa). Photo credits: Helena Simões da Costa © Photography 2015
O Dragão é um guardião do fogo e da imortalidade. Na fotografia trata-se de um dragão que guarda o túmulo do grande Poeta Português Luís Vaz de Camões, na Igreja de Santa Maria de Belém no Mosteiro dos Jerónimos (Lisboa). Photo credits: Helena Simões da Costa © Photography 2015